Campanha Wave to Save
A campanha Wave to Save é uma campanha dirigida à comunidade que pratica surf, bodyboard, kitesurf e outros desportos similares e com forte ligação ao meio marinho. Mais especificamente, esta campanha pretende contribuir para a melhoria da logística de resgate de animais marinhos arrojados vivos (aves marinhas, tartarugas marinhas, cetáceos e focas), de forma a assegurar que existe uma resposta pronta e célere perante alertas de animais marinhos em stress e a necessitarem ajuda.
Esta grande comunidade de usuários do meio marinho é por natureza respeitadora do meio marinho e sensível às ameaças que atualmente afetam os habitats e espécies que ocorrem nas diferentes zonas costeiras do mundo inteiro.
Ao mesmo tempo, devido ao fato de estarem permanentemente na costa, uma elevada percentagem de alertas e pedidos de ajuda provêm de praticantes deste tipo de desportos.
Infelizmente, depois de anos a melhorar as redes de resgate e salvamento, Portugal perdeu a capacidade de intervir de forma adequada e atempada na resposta aos milhares de alertas que surgem por ano, devido à crise económica que tem afetado o nosso País. Infelizmente, com esta perda de capacidade do Estado e das suas entidades fiscalizadoras, a responsabilidade de intervir foi sendo passada para os centros de reabilitação, que numa fase inicial conseguiram dar uma resposta adequada, mas na atualidade também vêm a sua capacidade de resposta no campo altamente condicionada pela falta de verbas.
A campanha anual Wave to Save será uma das componentes do Fundo de Conservação Parceiros pelo Mar, pretendendo ser um mecanismo de donativos centralizado na comunidade de surfistas em Portugal Continental.
A Campanha Wave to Save pretende:
- Contribuir para o funcionamento da rede de arrojamentos e resgate de animais marinhos em Portugal Continental;
- Melhorar a capacidade de resposta (equipas e meios logísticos para intervenção) em cenários arrojamentos de animais marinhos;
- Assegurar as deslocações das equipas de resgate de animais marinhos para responder efectivamente a todos alertas de animais arrojados;
- Contribuir para os esforços de reabilitação dos animais resgatados;
- Contribuir para o incremento do sucesso de reabilitação de aves tartarugas e mamíferos marinhos.
Desta forma, pretende-se com uma pequena contribuição (entre 1 a 5 euros conforme a capacidade do doador) angariar de forma anual fundos que permitam manter ou reativar equipas de resposta a resgates de animais marinhos que deveriam operar em toda a costa de Portugal Continental.
As verbas poderão ser recolhidas por donativos através do site do CRAM ou através de doações ao seu clube, escola ou associação, que posteriormente será direcionado para o CRAM.
Os doadores particulares ou institucionais verão o seu nome reconhecido no site do CRAM, em documentos anuais a produzir pelo CRAM e no Wall of Fame (virtual e físico) onde se indicam os doadores e patrocinadores.
No caso dos doadores individuais será enviado um postal digital com a imagem de um dos indivíduos reabilitados, juntamente com um autocolante da campanha.
Cada entidade coletiva ou empresarial receberá sinalética que poderá ser colocada nas suas instalações de modo a identificar o apoio ao Wave to Save – Fundo Parceiros pelo Mar.
A totalidade destes donativos será apenas usada para a componente de resgate de animais marinhos e não para outras atividades do Fundo Parceiros pelo Mar.
Quanto custa a reabilitação de um animal em recursos usados no surf?
A Associação Nacional de Surfistas (ANS) calcula que haja neste momento 200 mil praticantes em Portugal e que o contributo para a economia nacional ascenda aos 400 milhões de euros. O resgate e reabilitação é uma atividade complexa e dispendiosa. Uma forma de traduzir as nossas necessidades é relacionar os custos de reabilitação com o custos e investimentos no surf.
- Reabilitar uma ave marinha custa em média 1250€
- Reabilitar uma tartaruga marinha custa em média 4500€
- Reabilitar um cetáceos custa em média 12500€
- Reabilitar uma foca custa em média 5000€
| A reabilitação de uma ave marinha corresponde a 417 embalagens de Wax (assumindo um custo médio de 3 euros por embalagem) |  |
| A reabilitação de uma tartaruga marinha corresponde a 30 fatos de neoprene (assumindo um custo médio de 150 euros por fato) |  |
| A reabilitação de um cetáceo corresponde a 36 pranchas de surf (assumindo um custo médio de 350 euros por prancha) |  |
| A reabilitação de uma foca corresponde a 63 pranchas de bodyboard (assumindo um custo médio de 80 euros por prancha) |  |
Desta forma um pequeno contributo para o Wave to Save não afeta a economia pessoal, mas é mais uma forma da comunidade surfista contribuir para a economia nacional, ao mesmo tempo que contribui significativamente para a conservação de espécies marinhas ameaçadas em Portugal